05 dezembro 2007

Espírito de Natal 3

Bêbados, sentamos à mesa e então surgiu a discussão.

A pior parte da cultura brasileira é a tentativa de lhe agregar valor utilizando-se de folclore de outro país. Acontece que lá, isso funciona. Aqui, são outros 500.
Lá, o natal é no inverno. Já cansamos de ver o quanto eles se divertem na neve em filmes de sessão da tarde. Basta passear no shopping para encontrar aquelas enormes árvores de natal cobertas de neve artificial. Por que diabos? POR QUE DIABOS???
Outra hipótese interessante é de que o brasil é miserável porque não temos lareiras. Pensar bem: o papai noel entra pela chaminé, e ainda deixa presentes extras como chocolates, balinhas e outras porcarias caso preguemos uma meia de lã na moldura. Só pode ser por isso que os presentes estão mais escassos: falta de lareiras. Falando do papai noel, muito inteligente dele usar uma barba gigante, touquinha e roupa estofada. Utilíssimo no calor de 40°C à sombra.

Quem sabe um papai noel mais com a cara do país pudesse atrair mais fãs à história infantil? E se ao invés de um trenó com renas, ele fosse caminhoneiro? Cabelo ruim e raspado, regatinha amarela, bermuda azul, chinelo havaianas e um companheiro chamado Bino. Lhe bastaria um Scania voador para entregar os presentes de todas as criancinhas. Entrando pela chaminé? Que esperança! O nosso papai noel arromba a porta da sua casa, deixa os presentes (e o boleto de R$8,99 a ser pago em qualquer agência do Banco do Brasil, referente à taxa de entrega) e sai numa boa.
Já pensaram a alegria das crianças ao ouvir o barulho de freio de caminhão perto de suas casas?


Co-autoria de:
Andréa Mu
Karin Engel
Pedro Palaoro
Pedro Paiva

Data original: 04/04/07

25 novembro 2007

Ovelha Negra

Este post é de ordem meramente informativa e não contém conteúdo artístico senão a mera palavra de quem vos escreve.


Fui no show da Rita Lee hoje. Ouvi comentários de pessoas que já tinham ido dizendo que é um dos shows que não se pode morrer sem ir. Disseram que a mulher em questão fazia espetáculos no palco e que ela realmente mostrava seu talento ao vivo.

Sou fã de Rita há algum tempo, sempre escutei e sempre me agradou muito. O show realmente foi espetacular. Ainda prefiro as canções antigas às novas. Essas últimas estão muito longe do espírito rock and roll que as anteriores possuem. Parece até que a letra foi feita na última hora para se encaixar em uma série de pequenos riffs criados especialmente para virarem a melhor música do mundo dos próximos 5 minutos. Em compensação, Rita levou a platéia ao delírio com clássicos como Ovelha Negra e Lança Perfume.

Ao êxtase dentro das possibilidades. A única coisa que me irritou durante a performance da paulistana foi a platéia em si. Todos os cidadãos britânicamente sentadinhos ouvindo o show como quem escuta uma mp3. O máximo do entusiasmo era sacudir a cabeça, e se você batia palmas, nossa, isso era um pecado. Odeio esse cinismo de platéia que quer fingir uma elegância forçada enquanto todos estão morrendo de vontade de sair dançando. Não tenho nojo das dondocas overdressed ou das patricinhas "meu-cabelo-custa-mais-que-seu-relógio". Tenho pena. Porque eu dancei.

No fim das contas, Rita Lee levantou até Stephen Hawking da cadeira quando tocou suas músicas mais pegadas. Ninguém aguentou ficar sentado muito tempo. Rita wins. Rock and Roll still rocks.


Obrigado a todos por terem a paciência de ler o que acaba de ser meu primeiro post "press-like" neste blog. Sintam-se livres para comentar, opinar, criticar ou mandar o Glauber à merda. PNC.

31 outubro 2007

Não é o que você está pensando

Aqueles filmes são ridículos. Um velho debilitado pelo tempo ou pelas pernas fracas - o que vier primeiro - fica isolado em uma casa os dias inteiros. Sem ter o que fazer, fica observando os vizinhos e acha que todos estão tramando algo de suspeito. Acha que o bobó de camarão que o neto lhe deu de presente estava envenenado e é tudo um plano para obter o legado da família mais cedo que o tempo iria permitir. Ridículos. Nunca vão entender o que é paranóia.


Sou psiquiatra, tenho 38 anos e durante toda a minha vida dependi da observação de detalhes para extrair informações importantes. E no consultório, isso sempre deu certo.


Agora, imagine que um dia, você acorda, olha pro lado e percebe que o travesseiro da sua esposa não está sobre a cama. Em uma fração de segundo, você simplesmente para e mata 3/4 dos seus neurônios úteis tamanho o nervosismo.


Na noite anterior, tínhamos ido a uma festa de gala. Era o lançamento de um livro da esposa do meu melhor amigo. Era filósofa. Eu tinha abusado um pouco demais do coquetel e tinha dito para minha esposa que voltaria para o hotel. Ela, empolgada com a situação, disse que ficaria um pouco a mais, conversando com meu amigo, e depois voltaria.

Bem que achei estranho demais o interesse dela nessa viagem. Ela mal conhecia a esposa do meu amigo. E afinal de contas, por que cargas d'água ela iria querer me acompanhar em uma viagem chata para Três Figueiras? Não tinha nada de interessante lá, passamos as vidas lá e já conhecíamos cada canto da cidade. Todos com quem mantinhamos contato não moram mais lá! Comecei a entender...

Antes de viajarmos, ela me disse que tinha adicionado Carlos no messenger. Achei muito estranho, pois não fui eu que passei a ela o contato dele. E por que diabos ela estaria procurando meu amigo? Bem que eu vi que ela estava demonstrando muita empolgação com aquelas conversas... Bem antes de viajarmos, há precisamente 10 anos, na realidade, casamos brigados com Carlos. Nos dois éramos apaixonados por Sônia, minha atual esposa. Eles continuaram se dando bem, mas nós não nos falamos direito até hoje.


Levantei da cama, mais eriçado que meus cabelos. Liguei para a recepção. Minha esposa não havia deixado recados. Liguei para o celular dela. Chamava, chamava, e não atendia. Uma, duas, quinze vezes. Que tipo de adúltera sai com o melhor amigo alheio e nem sequer dá um sinal de vida? Afinal, quem eles queriam enganar por aqui? Coloquei a primeira roupa que encontrei no armário e saí do hotel.

Abrindo o armário, percebi que na noite anterior ela havia pego seu melhor vestido para a ocasião. Era um vestido vermelho, decotado, que eu mesmo dera pra ela no nosso aniversário de 5 anos de casamento. Como eu não havia percebido isso antes? Bem debaixo do meu nariz. Eu nunca devia ter saído daquele coquetel. Por mais bêbado que estivesse, era melhor eu ter vomitado em pleno salão do que ter deixado a minha esposa com aquele pária.

Cheguei no apartamento dele. Quando eu acabei de bater na campainha dele, meu celular toca. É a atenciosíssima recepcionista do hotel. Me avisou que minha mulher tinha acabado de chegar. Meu amigo não atendia a campainha. Será que ele tinha deixado ela no hotel? Esqueci de perguntar isso para a recepcionista no telefone. Detesto quando eu penso nas coisas tarde demais.


Apressado, entrei no hotel ignorando todos os "bom dia"s dos porteiros, a fila de carros importados que obstruía meu caminho e subi imediatamente ao meu quarto. Para minha surpresa, em cima da mesa, havia uma caixinha de presente e uma carta. A carta dizia:

Amor, feliz aniversário de 10 anos.
Aproveitei que não acordavas pra tentar buscar a surpresa e te entregar antes que eu tivesse de ir trabalhar. Dormias como uma pedra, mas pelo jeito já foi. A camareira deve chegar daqui a pouco com a fronha que mandei lavar. Cheguei ontem da festa e dormi, sujei o travesseiro todo de maquiagem.
Aproveita bem teu presente. É o Mazda preto. O Carlos ajudou a escolher.

Te Amo,

Sônia



Segundos depois, a camareira abre a porta e diz:

Olha só o que quase levei para lavar:
O celular da dona Sônia estava no meio das roupas sujas!

11 setembro 2007

Darwin estava certo II

No reino animal encontramos comportamentos notáveis. Entre os mais interessantes estão alguns animais que reagem de maneira peculiar quando expostos ao perigo.

O baiacu infla.
O gato eriça os pêlos.
A naja se achata.

O tatu-bola se encolhe.
A avestruz se enterra.
O escorpião se mata.

Algumas ovelhas se fingem de mortas.
Abelhas se comunicam e se organizam.
Até onde eu sei, vacas não fazem nada.

E o homem?
Escreve, canta, esculpe, compõe, pinta, fala, dança...

21 agosto 2007

Sunday Secrets

O primeiro passo é admitir que você tem um problema.
Eu tenho um problema.

Eu sou um bosta.

Social Experiment

ATENÇÃO!
Não recomendamos a reprodução dos experimentos aqui descrito. Tudo o que está descrito aqui foi realizado por um profissional, tentativas de reprodução não assistida deste experimento podem causar danos físicos, mentais e sociais permanentes ao indivíduo. Caso esteja certo que deseja realizar os procedimentos abaixo, faça-o sóbrio, com a ajuda de um adulto e usando uma tesoura sem ponta.

Cenário 1:
Local: Parada de ônibus.
Figurino: Vista-se normalmente, como se vestiria em um dia habitual para ir à faculdade, fazer compras, passear aleatoriamente.
Procedimento:
1) Aproxime-se da parada de ônibus tranquilamente.
2) Quando atingir a distância de 5 metros da parada de ônibus, pegue seu celular do bolso.
3) Finja falar com alguém brevemente. Nenhum assunto específico.
4) Interrompa a sua própria conversa imaginária tirando o celular do ouvido enquanto cai de joelhos no chão, olha para cima e grita muito alto. É de vital importância que esse passo seja realizado com alguma carga dramática.
Conclusão:
Observe a forma como as pessoas se afastam. Possivelmente a essa altura, os cidadãos presentes na parada de ônibus foram buscar refúgio atrás da plaquinha de propaganda da parada, de um entulho, de um poste ou de um carro estacionado. Tenha certeza de que ninguém está armado antes de realizar este cenário.

Cenário 2:
Local: Sala de aula
Figurino: Roupa de estudante. Uniforme, roupa casual, o que se encaixar.
Procedimento:
1) Entre na sala de aula e arrume suas coisas de uma maneira que fique fácil pegá-las todas ao mesmo tempo com agilidade.
2) Escolha uma palavra chave, que você tem certeza de que será mencionada durante a aula. Por exemplo, em uma aula de citologia, escolha "membrana".
3) Aguarde o início da aula pacientemente.
4) Demonstre interesse no conteúdo da aula, enquanto finge anotar algo no caderno.
5) Quando a palavra chave for mencionada, junte todas as suas coisas rapidamente enquanto grita muito alto e sai da sala correndo. É de vital importância que esse passo seja realizado com alguma carga dramática.
Conclusão:
Depois de sair da sala, você irá perceber que algumas pessoas virão atrás de você. Preste atenção nos seus colegas, pois quaisquer outras pessoas (professor, segurança, cara do audiovisual, porteiro) estarão tentando conter seu suposto ataque histérico. Provavelmente os colegas que vieram atrás de você são aqueles que em algum momento de sua vida você vai chamar de verdadeiros amigos. Não se eles estiverem com uma câmera. Daí você pode descartar essa hipótese. Esse cenário é bastante útil quando você deseja sair de uma aula muito chata sem comprometer sua reputação. A aversão à palavra chave pode ser explicada posteriormente.

Cenário 3:
Local: Rave
Figurino: Roupa moderninha, tênis confortável, óculos escuros.
Procedimento:
1) Entre na festa.
2) Dance por cerca de 1 hora demonstrando extrema felicidade.
3) Comece a girar enquanto grita muito alto. É de vital importância que esse passo seja realizado com alguma carga dramática.
Conclusão:
Observe as pessoas se aproximarem rapidamente enquanto gritam "uhuuu" e acenam para você. Muitas pessoas vão tentar tirar seus óculos ou bater uma foto com você. Provavelmente você vai acabar conhecendo muita gente bacana nesse processo. Este cenário é bastante útil para realizar networking.

E então? A conclusão final é uma incógnita. É outra pergunta que cabe ao reprodutor dessas experiências deduzir. Isso porque a resposta, talvez, não importe. Porque o processo de chegar nela seja muito mais interessante que a solução em si.

Quanto você precisa gritar para descobrir a verdade sobre as pessoas?

11 agosto 2007

Condicional

Te quero agora.
Daqui a meia hora,
não te quero mais.

06 agosto 2007

Chamado Divino

Estava dormindo, sozinho em casa e escutei uma voz me chamar:
- Diogo... Diogo...

Fiquei assustado, mas ignorei o chamante.
Em outra noite, escutei denovo:
- Diogo... Diogo...

Fiquei preocupado. Não tinha ninguém que poderia estar me chamando por perto. Será que estava enlouquecendo? Procurei um padre. Ele disse que poderia ser um chamado divino. Que pode ser que ele queira me dar uma grande tarefa. Ou que ele vá me dar alguma notícia, muito ruim ou muito boa. Fiquei ansioso.

Na noite seguinte, não consegui dormir. E se o que Ele me dissesse mudasse minha vida para sempre? Afinal, tenho uma vida boa. Sou uma pessoa feliz. E se ele me disser que o mundo vai terminar e eu tenho que avisar isso às pessoas? Por maior que seja a honra, eu abro mão de tal incumbência. E se eu tiver que fazer algo que eu discorde?

No dia seguinte, não aguentava de sono. Dormir foi uma tarefa fácil. No escuro, escutei:
- Diogo... Diogo...
- Estou aqui, Senhor.
- Ah, que bom. Just checking.

02 agosto 2007

FAQ

Frequently Asked Questions

Q: Atchim.
A: Saúde.

Q: Tudo bem?
A: Tudo, e tu?

Q: Como foi a festa?
A: Legal.

Q: Perdi minha chave.
A: Onde tu viu ela pela última vez?

Q: Essa roupa não me deixa gorda?
A: Não, querida.

Q: A...
A: Hoje não, amor, estou com dor de cabeça.

Q: Você não esqueceu, né?
A: Do que?

Q: Lembra do Maurício?
A: Claaaro.

Q: Encontrou tudo o que precisava?
A: Sim. (essa pergunta SEMPRE me intrigou)

Q: E por um acaso você é feito de açúcar?
A: Eu não quero me molhar, pô.

Q: Pegou quantas?
A: Nenhuma.

Q: Quantos anos você tem?
A: Quantos você me dá?

Frequently Given Answers

29 julho 2007

Sunday Secrets

I'm one secret away from having no secrets to tell you.

28 junho 2007

Lenda Urbana 2

...

Acordou, pegou a garrafinha de Maguary concentrado e fez 1 litro de suco para si, os irmãos e a mãe. Às vezes fazia tang ou usava o microondas, mas naquela manhã, preferiu o suco concentrado.

Foi pro hospital onde uma senhora com catarata se consultou com ele. Operou-a alguns dias depois, com sucesso.

Se perdeu no caminho pra casa. Levou o celular ao ouvido e chamou um taxi.

...


As coisas perdem o luxo quando colocamos de outra maneira.

19 junho 2007

Lenda Urbana

João foi um grande homem. Seus feitos são tão incríveis que se perpetuarão por milênios. Eras. Hoje, vou contar um pouco sobre quem foi João e sobre sua vida.



João nasceu em uma cidade humilde no interior do Brasil. Era muito apegado à família. Tinha 8 irmãos, era o mais velho de todos. Sua mãe estava adoecendo e o único pai que teve foi o Senhor. Era judeu, mas de herança - não praticava. O mais interessante é que João fazia milagres.

Um dia acordou, e de uma laranja, serviu 9 copos de suco: um para sua mãe e um para cada irmão. Em outras manhãs, transformara água em suco ou esquentava a comida com uma simples virada de pulso, sem nenhuma fogueira ou outra fonte de calor, mas naquele dia, preferiu a multiplicação dos pães. Não demorou para sair para trabalhar, pois sabia de seu dever para com a família. Amava muito aquelas pessoas e, por pior que fosse a situação, não as deixaria nunca.

Em seu expediente, uma velha senhora lhe pediu ajuda, pois não conseguia enxergar. Disse que sua visão piorara com o passar dos anos, mas que agora, havia chegado em um estágio em que não podia ver um palmo à frente do nariz. João orou por ela e pediu que retornasse alguns dias depois. Passado esse tempo, João reuniu alguns de seus colegas ao redor da pobre senhora. Todos em vestes azuis e sedosas, fizeram um círculo em volta dela. João pôs as mãos sobre os olhos da senhora, e pouco depois, ela podia ver novamente.

Na volta do trabalho, em sua longa jornada, João se viu perdido. Sozinho, na calada da noite, sem ter para quem recorrer, acreditava que sua fé estava sendo testada. Passou horas procurando uma saída, um bom samaritano, alguém que o guiasse para um caminho iluminado, assim como ele fazia com tantas almas perdidas, com tantos amigos desvirtuados e pecadores que ajudara a se recuperarem em sua vida. Em um suspiro de esperança, levou a mão ao ouvido e pediu ao Senhor que lhe enviasse ajuda, que o resgatasse daquela terrível sensação de ser deixado da forma como ele nunca deixaria alguém necessitado. Alguns minutos depois, ouviu um rugido que crescia, e um par de olhos brilhantes que se aproximavam dele na escuridão. Teve medo. Reconheceu o perigo, percebeu que poderia estar a um passo da morte certa, mas sabia que o Senhor o protegeria.

"É pro senhor João?" - perguntou o taxista enquanto freiava o carro próximo ao acostamento.



A verdade mesmo é que João era médico. Oftalmologista, especialista em cirurgias de correção visual e transplantes de córnea. Filho de mãe solteira. Consumidor de suco concentrado e usuário de microondas. Cliente da TIM e amigo do dono da cooptaxi. João era um homem inocente e determinado que fazia milagres - assim como cada um de nós fazemos todos os dias. Queria o bem de sua família tanto quanto queria o melhor para seu próximo, e lutava por isso diariamente. Seja realizando seu trabalho, aconselhando seus amigos, ajudando seus irmãos ou cuidando de sua mãe. João morreu aos 33 anos, vítima de bala perdida. Sempre teve menos dinheiro que muito traficante, mas nunca roubou ou feriu alguém.

Somos todos heróis. Ninguém precisa ser filho de virgem ou andar sobre as águas pra marcar sua passagem pelo mundo.

13 junho 2007

Mastigo ou engulo?

No trabalho:

Ela: "Quer uma 7 belo?"
Eu: "Uuuu... quero!"
Ela: "Hmm..." - de boca cheia - "...comi uma enquanto tava com um chiclete
na boca, agora virou tudo uma coisa só...

...agora não sei se mastigo ou
engulo!"

Quantas vezes fico sem saber - depois que a maçaroca está feita - se mastigo ou engulo?

28 maio 2007

Marco




...polo! ...polo! ...POLO!

POOOOOOOOOOOLO, CARALHO!

20 maio 2007

Catarse


baixo
pra
cabeça
de
vida
minha
virou
alguém

10 maio 2007

Darwin estava certo

Uma fábula recomendada para maiores de 16 anos.


Flurzy era uma lagarta. Verde, gorda e deprimida.

Acordava e já estava cansada. Bastava ela lembrar que ia passar outro dia comendo folhas verdes, numa floresta verde, com insetos verdes, e ficava mais verde ainda: de enjôo. Suas amigas haviam virado borboletas há algum tempo, enquanto ela continuava condenada a comer mais e mais verde. Olhava todo o dia suas verdes e aladas amigas e pensava que nunca iria ter aquela liberdade. E vivia se torturando por isso.

Até que um dia Flurzy resolveu que ia ser feliz. E resolveu procurar ajuda. Lembrou-se de cara de uma de suas melhores amigas da floresta. Shamoo, a simpática vaca que vinha tomar água nas redondezas. Se arrastou, se arrastou, e encontrou a velha conhecida.

- Oi Shamoo! - falou a pequena lagartinha antes de se engasgar com um pedaço de folha.

- Oooooooooooi! - respondeu a vaca - Tuuuuuuudo bem?

- Mais ou menos, Shamoo... Eu andei pensando... O mundo mudou muito ultimamente, minhas melhores amigas viraram borboletas, parte da floresta foi queimada, mas tem uma coisa que está me irritando. Por que tudo tem que ser tão verde? É tudo igual, todos os dias eu faço a mesma coisa, como a mesma coisa, durmo o mesmo tempo. Mal posso esperar para sair voando por aí.

A vaca ruminou um pouco antes de responder.
- Caaaaaaaaaalma Flurzy. O mundo muda muito, mesmo, mas no fundo, continua sempre igual. Eu mesma me enjôo um pouco deste lugar. O que eu procuro é ir para outro lugar, conhecer outros bichos, cruzar umas cercas de fazendas... e depois me sinto muito melhor. Você pode mudar de ares sem precisar criar asas. E dê tempo ao tempo! Antes que você perceba, vai estar batendo asas por lugares novos. E eu, que nem voar posso?

- É verdade! Vou procurar sair um pouco da rotina! Obrigada, Shamoo!

Flurzy foi embora. Não para procurar um modo para sair da rotina, mas porque ficou sem paciência de ouvir Shamoo. Ela já tinha pensado em quebrar a rotina e dar tempo ao tempo há semanas! Insatisfeita, foi procurar conselhos com Jojo.

Chegando perto da casa de Jojo, já podia ver sua cauda multicolorida, por detrás da grade. Jojo era um pavão de cativeiro: vivia em uma grande gaiola e tinha um dono humano. Predominantemente verde, mas muito simpático. Depois de Flurzy contar como se sentia, Jojo respondeu:

- Mas você está tão bem! Eu como só alpiste e nunca me faltou nada! E por acaso suas amigas deixaram de te visitar depois que viraram borboletas?

- Na verdade sim, Jojo. Todas, menos uma: a Glória. Adoro ela... é a única que não me trata como suas outras amigas! Ela não discrimina ninguém por causa de sua espécie.

- Ai, por favor né Flu?

- Que foi?

- Vamos combinar! Todo mundo sabe que a Glória não tem escrúpulos! Pelo amor de Deus, ela é apaixonada por um cavalo e se mistura com as cobras mais falsas da floresta. Ela não discrimina nem você nem ninguém!

- Nossa, amigo, que rude!

- Mas é verdade, Flu! Os bichos são diferentes e tem um jeito de se tratar cada um. Não posso abanar a cauda para um touro, a menos que eu espere morrer pisoteado. Não é preconceito, é juízo, senão a gente perde os critérios. Você mesma não começou a tratar suas amigas borboletas diferente?

- Sabe de uma coisa? Você tem razão.

Feliz com os conselhos de Jojo, embora Flurzy achasse que ele deveria se escutar um pouco mais e falar um pouco menos complicado, a lagarta foi resolver o último de seus problemas. Não gostava de ser VERDE. Havia verde o suficiente naquela floresta. Pensou, pensou, e quando já estava anoitecendo, lembrou de alguém com uma cor no mínimo interessante.

Izzi era um gato branco e laranja. Vivia escondido em um casebre abandonado no meio da floresta, com medo. Sempre viveu perigosamente. Sua coragem causava inveja e todos sabiam que ele conhecia partes da floresta que talvez nenhum outro animal se arrisque a ver. Só que essas aventuras lhe custaram 6 de suas 7 vidas. E agora só lhe restava o medo de perder a última. Só saía a noite, desde então. Com os olhos tão arregalados que era a única coisa que ele via.

- Izzi? - perguntou Flurzy.

- Da parte de quem? - respondeu rapidamente o gato.

- Meu nome é Flurzy, sou uma lagarta, como pode ver. Queria pedir sua ajuda... eu quero mudar de cor... quero ser laranja que nem você.

- Impossível. Você está ótima verde. Não vai querer mudar. Verde é seguro. Laranja é mau.

- Mas não agüento mais tanto verde! Quero ser especial, dar um pouco de cor à esta floresta, que nem você! Quero uma cor diferente, que ninguém tenha visto!

- Todo mundo quer. Aliás, todo mundo quer tanto ser diferente, que ser diferente é querer ser igual. Mas não dá pra ser original não. Se você for um pouquinho mais longe que aqui, vai ver que já pensaram em todas as cores. "E se eu quiser ficar sem cor" você vai me perguntar. Já tem também. Chama "albino". A coisa mais original que você pode fazer é ser igualzinha a alguém. Isso realmente eu nunca vi. Alguma diferença sempre tem. Nem que seja um tom de verde diferente.

- Mas então! Quero ser laranja igualzinho a você!

- Você não vai querer ser laranja. Verde está ótimo. Olha quantas coisas verdes legais tem no mundo. É... limões! Sapos! Até camaleões, que podem mudar de cor, preferem ficar verdes quando estão relaxando! Como você explica isso? COMO VOCÊ EXPLICA ISSO? Você não vai querer laranja.

- Quer dizer que você não pode me ajudar se eu quiser virar borboleta? Se eu quiser ter uma cor bonita?

- Não posso lhe impedir. Basta que construa um casulo!

Flurzy parou por um instante. Chocada. Todo esse tempo. Nunca haviam lhe dito que ela devia construir um casulo. Agora ela entendia pra que servia a seda que ela fazia. Tudo fazia sentido.

- Izzi, muito obrigado!

- Me chame de Sid. Eles podem estar ouvindo...
E VOCÊ NÃO ME VIU!

Assim, Flurzy percebeu que todo esse tempo, o modo dela se tornar o que queria estava sempre ao seu alcance. Arrumou um lugar bem confortável e teceu seu casulo.

Poucos dias depois, Flurzy acordou de seu sono casulo. Foi a espreguiçada mais comprida do reino animal. Saiu lentamente de seu casulo. Dessa vez, não cansada, mas inspirada. Quando abriu as asas, percebeu que finalmente, havia tornado aquela floresta um lugar muito mais colorido. Suas asas eram em um tom de azul quase neon, ainda que ela nunca tivesse visto um neon. Brilhavam como as estrelas numa noite de céu limpo. Por um instante, olhou em volta e percebeu que todos ao redor a observavam com encanto, pois era uma cor que aquela floresta nunca havia visto. Não havia nada parecido. Não se cansavam de encará-la, e ela estava gostando disso.

Flurzy voou azul pela floresta, passou por árvores verdes, gramas verdes, camaleões verdes, folhas verdes, flores verdes, frutas verdes, e foi comida por um papagaio verde.


Moral da história: quem se destaca é o primeiro a ser comido.

19 abril 2007

Supernova

Era luz demais para um corpo só.

Era um gordinho sem graça que sentava na primeira fila nas aulas. Tinha uns 5 amigos, dos quais 2 ou 3 freqüentemente lhe negligenciavam. Não que estivesse triste com sua condição. Ele via os garotos populares em seu colégio, ia nos churrascos da turma, mas não fazia muita questão de mudar de vida.

Um dia, seu melhor amigo - o Futuro - cochichou algumas coisas no ouvido dele. De repente, pareceu que o garoto transpirava todos os seus desejos. Surgiu nele uma imensa vontade. Não vontade de algo em particular, mas aquela vontade arrebatadora, um milk shake de todos os sentimentos do mundo, que parece que causa indigestão e dá a impressão de que você pode explodir a qualquer instante. Muito parecido com estar apaixonado, mas sem ser por alguém específico. Tinha em si todos os sonhos do mundo. Descobriu a vida.

Queria contar pra todo mundo da sua descoberta. Contar o quão legal era a sensação de unidade com as pessoas, o quão fantástico era se sentir parte de algo. E começou a compor. Aprendeu guitarra, elétrico. Ficava cada vez mais intenso na vida. Arranjou companheiros que não tivessem medo, ao ficar de seu lado, de serem atingidos por um ímpeto repentino ou idéia aleatória que ele emitia em todas as direções. E antes que pudessem perceber, eram uma banda. E começou a mostrar pro mundo, na música, o que brotava dentro de si. Fazia sucesso. Começou nas casas de show mais underground da cidade, no fim, só voltava pra cidade se fosse no Opinião, no Sesi... Fez novos contatos, conheceu gente muito diferente do que estava acostumado. Esqueceu do Futuro.

Conforme foi passando o tempo, o garoto começou a ficar sem coisas para falar. Já tinha esgotado seu repertório de versos e estrofes. Achou que havia algo de errado consigo. Lembrou-se de seu amigo, mas não ligou. Não porque não quisesse, mas porque já fazia tanto tempo que não falava com ele que provavelmente Futuro houvesse trocado de número.

Tinha certeza de que havia algo errado consigo. Conversou com as mais diversas pessoas para tentar descobrir o que estava acontecendo e encontrou uma solução. Uma não. Várias. Maconha, cocaína, heroína... E de repente suas músicas voltaram pro topo das paradas. Intenso como sempre. Utilizava o argumento do Carpe Diem para justificar sua vida vazia cheia de eventos, aquisições, garotas, entrevistas, discos de ouro, platina, diamante, qualquer que seja o minério.

Até que um dia, quando ia encerrar sua turnê em sua cidade de origem, aconteceu. Estava alterado, não pensava mais do modo habitual. Tentava compreender o que acontecia depois que o palco acabava, mas algo lhe fazia pensar que se ele não pudesse ver nitidamente, não deveria ser importante. Alguns minutos após o início, o garoto olha para a platéia, pela primeira vez. E quem está na primeira fila, prestigiando seu sucesso, como se absolutamente nada tivesse afetado sua opinião, é seu amigo: Futuro. E desmaia. Talvez pelo conteúdo de sua corrente sanguínea, talvez pela emoção que a situação lhe provocara. Naquele momento percebeu que não conhecia mais amenidades. Era 8 ou 80. Sua vida havia sido amplificada. O que não necessariamente era bom.

É nesse momento que seu amigo sobe no palco e diz: Esse garoto já falou demais. Está na hora de ele largar o que está fazendo e escutar um pouco.

O garoto não sobreviveu.
Era luz demais para um corpo só.
Explodiu silenciosamente e ninguém fez nada para evitar.

Quanto ao seu Futuro, deve estar por aí, em algum lugar, aproveitando as partes da vida que seu amigo deixou pra trás.

18 abril 2007

Homem Catraca

A fila anda e todos passam por mim.

04 abril 2007

Life in a nutshell

Em meados de 1970 uma equipe de tv em visita a um templo budista capturou acidentalmente a imagem de um monge abrindo uma noz sem o auxílio de nenhuma ferramenta. A cena, impressionante pelo fato do monge simplesmente abrir a casca da mesma apenas puxando cada uma para um lado, sem batê-la em nenhuma superfície.

A produção do programa que estava filmando, depois de muito negociar, conseguiu levar o monge para entrevistas em programas populares e pequenas exibições, ainda que por pouco tempo. O monge não entendia muito bem o idioma local e muitas vezes deixava de compreender figuras de linguagem (talvez de propósito, talvez por ingenuidade).

Em sua última entrevista em um programa de culinária, a apresentadora - impressionada com o dom do homem - indaga:
- Nos conte, qual o seu segredo?

O monge hesita e responde:
- Odeio nozes.

20 março 2007

10 random facts about me

~1. Eu não sou fotogênico. É SÉRIO. Qualquer foto minha me mostra pelo menos 60% mais feio do que eu realmente sou.
~2. Eu nutro um medo irracional de abelhas. Uma vez um amigo meu usou uma lapiseira pra simular uma abelha passando no meu pescoço. Eu fiquei brabo por pelo menos uma semana.
~3. Eu escondo incríveis habilidades culinárias. Se na sua geladeira tem apenas meia caixa de leite, uma latinha de atum e um pedaço de queijo velho, eu faço um pudim. Não que todas as loucuras fiquem boas, mas a inventividade é incrível.
~4. Em toda a minha carreira como goleiro de fim de semana, em apenas um jogo eu NÃO fui atingido no rosto por uma bola que recém houvesse batido na trave.
~5. Os pratos favoritos do meu cachorro são galinha e chocolate.
~6. Em um caderno do colégio eu tinha uma lista de 114 modos que uma colega minha poderia morrer. E eu adoro ela. Perdi o caderno quando fui assaltado por uns pivetes que me levaram a mochila.
~7. Inúmeras vezes eu concordo com as pessoas pra não ter que discutir. "Porque a guerra no iraque resolveu vários problemas, po, acabaram até com o tirano do Saddam! Tem mais que continuar lá"... Aham. Isso aí campeão.
~8. Adoro números grandes. Principalmente os que excedem BILHÕES. Acho uma palavra sonora.
~9. Nunca beijei a primeira guria com quem eu pedi pra ficar. Estranho? De fato. Eu era pequeno... e mangolão. =P
~10. Já fiz teatro, karatê, capoeira, kung fu, kenjutsu, natação, musculação, vôlei, piano, canto, atletismo, participei de olimpíada de matemática, campeonato de xadrez, previ um blecaute, presenciei a explosão de uma abóbora, coloquei alumínio no microondas, queimei miojo, rebobinei um CD, causei a ira de uma professora simplesmente cantando "parabéns a você", fui pro colégio de pantufas, troquei de roupa em um taxi, subi numa obra... enfim, me chama que eu vou. Pilha is my middle name.

http://www.youtube.com/watch?v=nn3ySU5PNsg

Sintam-se livres para fazer o mesmo nos comentários, caso estejam sem o que fazer.

02 março 2007

Fuso

Acordei e abri a janela
vi o mar tranquilo
e o sol no horizonte

ou estou Pacífico
ou estou desajustado

28 fevereiro 2007

Quando éramos menores

Esqueceram de ensinar
que amor verdadeiro não aparece só quando temos 30 anos
e um emprego estável
que lar não é o lugar onde crescemos
mas pode ser um estado de espírito
ou alguém
e que inocência não é falta de malícia
Lembraram de dizer
que vazio no estômago é fome
Mas e vazio no peito?
É fome de que?

16 fevereiro 2007

Arrisque-se

Se você morresse hoje...

Qual seria o valor das suas dívidas?
E suas dúvidas, deixariam de te atormentar?
Quantas pessoas ficariam empenhadas?
Quem iria parar a folia do carnaval para ir no seu enterro?
Tem certeza?
Qual seria o seu legado e quem iria querê-lo?
Que segredos deixaria não ditos, que se perderiam por ninguém sabê-los?
Pelo que as pessoas iam lembrar de você? Uma música? Um ideal? Uma lição que aprenderam com você?
Quantas vidas você mudou (para melhor)?
Você luta por algo?
Quantos inimigos ficariam felizes? ou você não viveu intensamente o suficiente para fazer inimigos?

É por essas e outras que digo que tenho medo de envelhecer. A gente para, pensa no que conquistou e descobre que se quiser nos tornarmos uma pessoa melhor, ainda temos muito o que mudar. Daí no outro dia a gente acorda, escova os dentes, toma café, faz tudo igual.
Minha resolução de ano novo, mesmo que um pouco atrasada, é que não vou esperar para começar as mudanças que eu acho necessárias. Não vou mais repetir pra mim a cada dia o que eu devo melhorar, mas sim, mexer o traseiro gordo e empoeirado e passar a falar menos e fazer mais.
E realmente acredito que se as pessoas tiverem essa atitude durante 2007, muita coisa pode mudar para melhor. Faça favores, ouça os problemas alheios (mas ESCUTE mesmo), tente não deixar nada pendente, pense menos antes de fazer uma loucura, apaixone-se mesmo que pela pessoa errada (e sofra também, vale a experiência), faça uma viagem no escuro e comece a reciclar.

Eu sei.
Só faltou o "use filtro solar".
Ah, se fosse fácil mudar o mundo só com palavras...
Mas o que vale é o gesto, e vou ficar na esperança, na persistência e na paciência.

Abraços!

31 janeiro 2007

Reflexos

Tania acordou ou caiu no sono, como todos os dias.

Foi até o banheiro e se olhou no espelho
Perguntou para si mesmo quem era
Respondeu sorrindo e seu reflexo ouviu
Olhou fundo nos seus olhos
E viu em suas pupilas lembranças de seu passado
Das loucuras que fizera
Dos amigos que a salvaram
Dos que a deixaram
Dos que zombavam das remelas nos seus olhos
Lavou o rosto
Estava nostálgica
Tomou os remédios
que destacavam o peso da idade sobre os ombros
Olhou o corpo mal-dormido
de camisola comprida, do pescoço até os joelhos
e tentou calcular quanto tempo fazia
que não vestia um vestido decotado
uma saia curta
um sapato aberto
E lembrou das festas de seu último emprego
onde os convidados a julgavam
com palavras azedas
Escovou os dentes
Sentou no vaso
e pela primeira vez percebeu
o quanto havia se limitado
por gente que lhe abria os braços
e enquanto acreditava receber um abraço
estava sendo proibida de passar
Ligou o chuveiro e se despiu
Se olhou no espelho
e decidiu que os desaforos que carregava na memória
eram mentiras
Se levou pra cama
e consumiu seu desejo por um eu melhor
Descobriu mais uma vez que se amava
E foi comprar um vestido
mesmo com o saldo zerado
da conta de uma recém-desempregada


Anita acordou ou caiu no sono, como todos os dias.

Foi até o banheiro e se olhou no espelho
Porque às vezes
o amor está a apenas um reflexo

17 janeiro 2007

15 janeiro 2007

Em um fôlego só

Me queima por dentro, me percorre as entranhas, me causa um inexplicável desejo de aumentar o volume da vida, como se eu sofresse ressonância de todos os seres vivos, como se pulsassem em mim todos os corações dos apaixonados ainda que eu não seja um deles (embora possa vir a ser), me faz acordar com a melhor e a pior sensação do mundo, que me faz querer tentar falar tudo isso que estou sentindo em um fôlego só.