15 novembro 2005

OWNED

[Post Categoria: Comentário Rápido]

Tópico de discussão no orkut:

EU DESAFIO QUALQUER UM
Desafio qualquer um a me provar se existe uma verdade absoluta. Eu PROVO
que ela não existe. Quer ver?


Reply:

"não existe verdade absoluta"
me prove que isto não é uma verdade
absoluta.

Suicide Note

[Post Categoria: Humor (Negro)]

"Um homem não morre quando deixa de existir, e sim quando deixa de sonhar."


Anos, décadas de vida. O que nos marca são pequenos momentos que parecem ser eternos na memória. Pequenos gestos, um presente, poucas palavras, uma imagem, um momento. Se houver verdadeira felicidade, tenho certeza que ela não vem embrulhada em um grande pacote com laços coloridos e dentro de uma caixa com purpurina: é simples. Tão simples que as vezes não somos capazes de enxergá-la, e por vezes, acreditar que TUDO está errado.

É por isso que muitas pessoas - com (ou sem) uma boa razão - desistem da vida. Em compensação, sob o ponto de vista de outras pessoas, essa razão não necessariamente faz sentido.

"Goodbye, everybody!" - últimas palavras de Hart Crane (poeta) enquanto pulava de um navio de cruzeiro chamado Orizaba. Seu corpo nunca fora encontrado.

"Get my swan costume ready." - últimas palavras de Anna Pavlova (bailarina)

"They tried to get me - I got them first!" - nota de suicídio de Vachel Lindsay (poeta), tirou sua própria vida bebendo Lysol (sim, o desinfetante).

"I feel certain that I'm going mad again. I feel we can't go thru another of those terrible times. And I shan't recover this time. I begin to hear voices" - nota de suicídio de Virginia Woolf (escritora)

"And now, in keeping with Channel 40's policy of always bringing you the latest in blood and guts, in living color, you're about to see another first - an attempted suicide" - últimas palavras de Chris Chubbuck (repórter). Atirou em sua cabeça durante uma transmissão.

Obrigado aos meus amigos de coração por fazerem parte dos pequenos momentos que me nutrem.

11 novembro 2005

Ônibus, Diva gay e outros fatos cotidianos

[Post Categoria: Conclusão Empírica]

Fim de tarde, saindo da faculdade, recém tinha apresentado um trabalho. Fui em um barzinho com os amigos, great time. Peguei um ônibus e fui pra casa.

Entrei sossegado, pois tinha saído mais cedo, e o ônibus estava quase vazio. Passei pelo cobrador, girei a roleta e sentei-me na fileira da esquerda, atento à paisagem (mais que ao rumo, inclusive). Desviei minha atenção para dentro do ônibus, e percebi algo muito interessante. Todas as pessoas estavam sentadas em bancos separados. Conforme novas pessoas entravam no ônibus, elas procuravam um banco onde não houvesse ninguém, mesmo que o lugar fosse incrivelmente desconfortável (como a fileira do fundo, que - particularmente NESSE ônibus - treme muito).

Divaguei.
Divagay.
Diva gay.

Por que ninguém é capaz de sentar em um banco junto de outra pessoa? Por acaso alguém já perguntou o nome de alguém que sentou do lado em um ônibus? Por acaso alguém se importa? Acho que todos tendem a se isolar, por causa do medo. Medo de assalto, de sequestro, medo de gente. O fato é que muitas pessoas preferem se isolar e passarem amarguradas as partes mais chatas da vida a ter que conviver com outras pessoas, agradá-las, por mais que isso vá lhe divertir muito.

Não que seja importante interagir com meros desconhecidos, mas, um dia, todos fomos desconhecidos do mundo. São milhares e milhares de pessoas que passam por você todos os dias, e muitas vezes as mesmas. Pessoas que podem estar passando por você pela última vez, ou pela primeira de muitas. E ninguém, absolutamente ninguém tem a mínima curiosidade de saber nada sobre você.

Não seria muito mais fácil se todos pudessem OUVIR o que as pessoas tem a dizer, nem que por 5 minutos? Poderíamos conhecer contatos de empresas que poderiam nos ajudar a conseguir um emprego, poderíamos encontrar alguém que sabe fazer aquela velha receita que você sempre quis saber, poderíamos conhecer A mulher... tudo isso começando por um simples ato de conviver com as pessoas.

Afinal, convivemos ou nos suportamos?

04 novembro 2005

Bálsamo

[Post Categoria: Conto]
- Me conta uma história de amor - ela me pediu.

Estávamos sentados debaixo de uma árvore, em um bosque silencioso, perto de casa.
O sol amenizado pelas árvores e uma pequena pilha de amoras recém colhidas ao lado.
Deitou no meu colo e esperou uma resposta.

- Uma história de amor... - inclinei a cabeça para trás, pensativo - mas só conheço histórias de amor tristes, você não
vai querer ouvir uma história triste de mim!
- E que história de amor não é triste?

O argumento era forte. Lembrei de uma antiga história, dos tempos de reis e rainhas.

Há muito tempo atrás, havia um reino muito pacífico, com um povo sadio e trabalhador, que tinha comida na mesa todo o dia, pois seu velho rei era muito gentil, e sabia como equilibrar seu desejo por riquezas com a necessidade do povo.

Seu filho, Tristan, estava apaixonado por uma moça que vivia no castelo, nobre, linda, de cabelos negros, olhos verdes e roupa clara como a luz que transmitia. Tímido, certo dia o rapaz teve uma idéia. Antes de acordar, plantou uma espécie rara de orquídea em um lindo vaso, muito grande. Deixou-o no corredor, ao lado da porta do quarto onde vivia Elpis, junto com um bilhete.

Ao amanhecer, Elpis percebeu o presente, e leu a mensagem deixada por seu pretendente:

"Estou perdidamente apaixonado. Espero que me perdoes por ser direto, mas sou muito tímido, e espero que aceite este humilde presente. Dentro do vaso, há uma flor quase tão linda como você, que irá crescer saudável e forte, assim como espero que crescerá nossa relação. Regarei e cuidarei dela todos os dias. Caso você não esteja disposta a tentar, apenas desplante a semente. Do seu amado, Tristan"

O tempo passou, e a semente começou a germinar. Tristan e Elpis se amavam cada vez mais conforme se conheciam. A planta florescera, frondosa, e foi mantida como um símbolo do amor entre os dois, muito bem cuidada. Até que um dia, o rei, pai de Tristan, faleceu. Ambos ficaram muito tristes com a notícia, e ficaram abalados com a posição que Tristan teria que substituir. Seu pai fez muito pelo povo, e agora ele teria que continuar.

Tristan e Elpis se casaram e assumiram o governo do reino. Mais de uma década se passou e situações difíceis vieram. Uma doença se estabelecera no reino, e Tristan não era capaz de cuidar de seu povo. Não haviam mais animais sadios, nem a bela paisagem que antes cobria o lugar. Tristan começou a poupar riquezas para cuidar da nobreza e de si mesmo, cortando todos os gastos possíveis.

Um dia, Elpis acordou, saiu de seu leito e percebeu que a planta estava seca, quase morta. Foi até seu marido e perguntou:

- Querido, o que houve com nossa flor? Ela está muito seca, quase morrendo.
- Ah, eu ia lhe contar querida: demiti o jardineiro