30 maio 2006

Murphy

E quando ele achou que não podia ficar pior...



É isso aí Deus, continue assim que em breve vc consegue me estraçalhar por completo. Falta pouco! FALTA POUCO!

29 maio 2006

Wake me up at 4


I wonder if it's actually a delicious treat...
and the world will never know
- PostSecret

Quero estar fora de mim por alguns minutos. Andar de skate na muralha da china. Quero me apaixonar perdidamente pela vida e quero ser correspondido. Subir o Empire State de escada e descer de asa delta. Vou te ligar as 4 da manhã e dizer que marquei estúdio pras 4:15. Quero inventar um novo pecado, vou virar padre e me confessar para mim mesmo. Vou jogar xadrez sozinho e comer minhas próprias peças. Quero que alguém me agarre e me beije sem nem sequer pedir. I'm up to see how deep is bunny hole. Vou descobrir com quantos paus se faz uma canoa, e também se não dá pra fazer com menos. Estou cheio de desejos, ultimamente.

Acho que estou grávido.

The trick is you got to realize that you're dreaming in the first
place.
You gotta be able to recognize it, you gotta ask yourself:
- hey
man, is this a dream?

Seems like everyone sleepwalk into their wake state
and wakewalk into their dreams.

- Waking Life

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(Aos que se importam:)
Sim, estou tres bizarre. Meus últimos dias não foram lá dos mais agradáveis (e não devem ter sido pra quem me aturou tb) e estou afim de explodir o mundo só pra ver o que tinha dentro dele.
Se alguém souber a fórmula mágica para tudo dar certo, favor mandar por email =P
Perdão, e muito obrigado.

16 maio 2006

Achei um link interessante e queria dividir.

http://www.postsecret.blogspot.com/

Basicamente, é um blog que exibe fotos de cartões ou mensagens enviadas para um determinado endereço dos EUA. As mensagens são sempre anônimas e contêm um segredo.

05 maio 2006

Escolha simples

Acordou e tomou o café de sempre. Café, torradas e uma banana catarina, bem madura. Era uma manhã muito diferente das outras - domingo. Há tempos ela não via as ruas tão vazias. Até o ar lhe parecia diferente. Abriu a dispensa e alcançou o carrinho, limpando as teias de aranha. Fazia 5 anos que ela não ia à feira.

Na rua, já podia sentir o cheiro dos vegetais e frutas frescas. Vestia um vestido velho e sandália havaianas, bem confortável. De cara, encontrou uma banca cheia de frutas exóticas, possivelmente importadas. Parou por longos minutos, observando os produtos como uma criança descobrindo novos quitutes.

- Mulher bonita não paga, mas também não leva! - disse um feirante a ela, no auge de sua criatividade.


Pediu para experimentar tudo aquilo que nunca havia provado antes. De repente, lhe pareceu que sua boca sentia sabores inéditos, que seu paladar se abrira, como se suas papilas gustativas houvessem adormecido há anos atrás. Tudo parecia ter um gosto nostálgico de novidade. Queria levar TUDO! A pena era o preço.

Já estava na banca há horas. Mecanicamente, buscou o relógio no pulso esquerdo, mas ele não estava lá. Que bom. Saíra sem relógio, sem hora. Sua demissão de seu antigo emprego numa empresa de contabilidade parecia lhe ter comprado um bilhete só deida para a liberdade, e a essa hora, a última coisa que lhe passava pela cabeça era algum tipo de compromisso, bater o ponto, redigir um memorando.

Resolveu continuar andando e passou pela banca das verduras. Folhas verdes e brilhantes lhe lembravam as lindas saladas que foram servidas em sua festa de casamento. Ela havia se divorciado há pouco tempo. Ele pedira que ela estabelecesse prioridades, e ela estabeleceu. O trabalho. Bons tempos aqueles em que estiveram juntos, a salada, as palavras doces, o romantismo.

Ainda de carrinho vazio, procurou algo para levar para o café da manhã seguinte. Tinha dinheiro para pouco. Pensou em levar morangos, mas lembrou que teve alergia da última vez que os comeu. Podia levar uma das frutas exóticas que havia provado, mas, mesmo que todas fossem maravilhosas, nenhuma lhe tinha chamado atenção o suficiente para estabelecer uma favorita. Romã, Kiwi, Lima... Tinha medo de gastar dinheiro em algo que pudesse não gostar. Pensou muito...

No fim da manhã, ela voltou para casa. Largou a chave na mesa da sala, ligou o computador e viu a caixa de mensagens vazia. Sentiu saudades de quanto estava trabalhando. Recebia 20 emails em uma hora, e até que sentia prazer em se sentir útil. Voltou para a cozinha e tirou o pacote de dentro do carrinho de feira. Guardou cuidadosamente na fruteira o que havia comprado: um belo cacho de banana catarina.

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O jeito mais fácil de escolher entre duas coisas que lhe são muito importantes é não escolher.