25 setembro 2008
As Marcas Brancas no Papel
Ah, as marcas brancas no papel.
Malditas marcas brancas no papel.
Eco das páginas que vieram antes. A imagem do entalhe das emoções que um dia foram postas sobre aquela folha e que eventualmente, por mais que a página tenha sido virada, por mais que o original tenha sido destruído... voltam a aparecer.
Como marcas brancas no papel.
O pesar do punho, da caneta e da consciência é tanto que ao se expressar, o artista cria a cicatriz. E como é funda a miserável. Funda a ponto de marcar pelo menos umas 5 folhas dali em diante, garantindo que por mais coberta de tinta que esteja aquela folha, sempre haverá um pequeno espaço vazio. Depressão quase que imperceptível. E funda. A cretina.
Pudera eu pintar sobre as partes cinzas e toscas de minhas telas. Mas elas... elas me perseguem. Continuam a me mostrar todos os meus erros, meu passado, meus acertos. Ainda que eu comece tudo denovo, elas vão aparecer na próxima folha. E aquele monte de asneiras ou aquela briga feia - que já foi desculpada - por mais que sejam passado, continuam lá, olhando de volta pro autor no meio de sua mais nova obra.
Malditas marcas brancas no papel.
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Um comentário:
mas e quem sabe fingir que não as vê?
parei com o blog faz um tempo, mas pretendo voltar um dia... :)
bacana aqui. se lembrar apareço mais.
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