05 julho 2006

Sinceridade ofende

Dez pra meia noite. Ninguém, NINGUÉM passa pelos corredores, exceto um ou outro daqueles insuportáveis atendentes de patins. Mesmo assim, ainda não posso terminar o expediente, graças a um infeliz que traz nas mãos um cesto cheio de porcarias e no rosto um sorriso utópico típico de quem ainda não chegou nem na metade da vida.

Dezenas de caixas. Todas loiras, bonitas e atraentes. Mas NÃO, ele tinha de embestar de vir logo na minha. Logo na caixa da negrona gorda de 40 anos que mesmo depois de formada tem que aguentar aquele tipo de situação.

Ele se aproxima, começa a tirar as compras e larga a máxima:

- Olá, tudo bem com a senhora?


Meu mundo parou. E se eu resolvesse responder?
Nada me impedia de fazer isso, não era contra o regulamento. Afinal, dentre tantas restrições, aqueles tiranos da gerencia tinham que ter deixado alguns furos nas regras, não?

Desde o início do meu dia, nada deu certo. Acordei, percebi que não havia nada para preparar o almoço das crianças. Fui até o supermercado onde trabalho, comprei o suficiente para durar a semana toda. Peguei o ônibus e - na volta - percebi que havia deixado meu cartão no supermercado e as moedas que restaram na niqueleira preta de couro não eram o bastante para a outra passagem de ônibus. Andei o resto do trajeto, carregando montes de sacolas. Depois de um tempo, o papel higiênico pesava o mesmo que a árvore a partir da qual foi produzido. Cheguei e preparei o almoço correndo, em tempo de levar as crianças atrasadas para a escola.

Peguei dinheiro emprestado com a vizinha e voltei pro supermercado, pois meu turno já havia começado. Ficar sem dinheiro havia virado costume depois que meu marido faleceu. Nunca havia trabalhado até então. Hoje, consegui esse emprego de caixa para me virar sozinha. Chegando no super, meu chefe sorria, mal podia esperar para cobrar satisfação pelo atraso. Perdi uma hora inteira de pagamento por 10 minutos.

Deixei passar uma senhora mal vestida que havia escondido 2 ou 3 pães na bolsa. O segurança da porta viu. E o chefe voltou, sorrindo, pois havia descoberto quem havia atendido a pobre velha.

Decidi fazer hora extra no intervalo e perdi uma incrível happy hour com as mais incríveis guloseimas, feita para comemorar a meta anual de lucros que havia sido atingida naquele mês. Nessa hora, vieram muitos clientes, pois a maioria das outras caixas estava se deliciando no raro buffet. Errei o troco. 50 reais a menos no meu bolso.

Faltando meia hora para acabar meu horário, minha filha me liga dizendo que sua irmã menor estava passando mal, mas que não era para me preocupar, que já estava cuidando disso. A essa hora, eu não havia sequer almoçado e estava na TPM. O bossal do meu chefe havia saído antes e "pediu" que eu e os funcionários que ficariam até a meia noite fechassem tudo.

- Tudo bem! E o senhor, encontrou tudo o que precisava?


Hoje em dia, sinceridade ofende.

5 comentários:

Anônimo disse...

nega meio burra. ;o

Anônimo disse...

hahahahaha
não entendi hauhsuhuehue

Anônimo disse...

filho de uma puta. daonde vc plagiou esse texto. seu viado, comu vc tem capacidade pra escrever isso sua bixa?

aff, vc faz ciencia da computaçao, isso eh mto injusto

Anônimo disse...

hauhauaua.. concordo com o felipe, tah mtu bom.
Mas tm q continua na CC..

soh continua e escreve um livro ué! Qm disse q cientista não pode ser escritor?

E ae, teve um bom dia hj?!
:P

Luiz Madeira disse...

Fou vai ser o primeiro escritor de livros de histórias boas, incríveis na verdade, com profundidade, sacadas boas etc que faz Ciência da COmputação OMG XD

Desiste e vá fazer letras! E não reclama se um dia seu texto virar um curta meu =PPP

Abraçso fou!